Tuesday, August 14, 2007

Depois, depois de tudo, era tarde, eu estava acompanhado de pessoas, da tv e de ninguém. A Tv era um abajur e sua lâmpada. Sentado naquele sofá os sons mais altos formavam um mantra silencioso e hipnótico, fruto de minha distração. Não havia espaço, não havia tempo.
Nessa espécie de letargia, os pensamentos me sucediam ao redor de um ponto e de nenhum, visões de meu próprio mundo desfilavam como algas-vivas supensas e aéreas diante de mim.
Minha irmã me tocou com um olhar curioso e fitou com atenção os meus olhos perdidos, como quem afirma, "encontraste algo".
Ali exposto eu devolvi o olhar. Pasmo de espanto eu ri, ela não entendeu minha resposta à banalidade de seu gesto. Mas ela estava ouvindo o que em mim se conversava.
Depois, depois de tudo, os dias passaram por noites que não passavam, à espera do sono prometido.
e pelo fim ou lá pelo eterno, mesmo que eu não durma, há sempre quem me grite "ACOOORDAAA!!!!"

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