Monday, August 27, 2007
Monday, August 20, 2007
Friday, August 17, 2007
Tuesday, August 14, 2007
Nessa espécie de letargia, os pensamentos me sucediam ao redor de um ponto e de nenhum, visões de meu próprio mundo desfilavam como algas-vivas supensas e aéreas diante de mim.
Minha irmã me tocou com um olhar curioso e fitou com atenção os meus olhos perdidos, como quem afirma, "encontraste algo".
Ali exposto eu devolvi o olhar. Pasmo de espanto eu ri, ela não entendeu minha resposta à banalidade de seu gesto. Mas ela estava ouvindo o que em mim se conversava.
Depois, depois de tudo, os dias passaram por noites que não passavam, à espera do sono prometido.
e pelo fim ou lá pelo eterno, mesmo que eu não durma, há sempre quem me grite "ACOOORDAAA!!!!"
Monday, August 13, 2007
Sunday, August 12, 2007
Um pouco de Clarice Lispector
O SEGREDO
Há uma palavra que pertence a um reino que me deixa muda de horror. Não espantes o nosso mundo, não empurres com a palavra incauta o nosso barco para sempre ao mar. Temo que depois da palavra tocada fiquemos puros demais. Que faríamos de nossa vida pura? Deixa o céu à esperança apenas, com os dedos trêmulos cerro os teus lábios, não a digas. Há tanto tempo eu de medo a escondo que esqueci que a desconheço, e dela fiz o meu segredo mortal.
Thursday, August 09, 2007
humm . . . enquanto eu penso em escrever isto aqui eu penso também em comer pão com mortadela tomando suco de uva antes de me deitar . . ., isso significa que eu não tenho oq escrever, ou no mínimo nada interessante que valha a pena expor aqui. No entanto, pão com mortadela não é necessariamente oq eu chamaria de um pensamento refinado, talvez pão com caviar pudesse até ser. Para não perder o fio da meada, ou da mortadela como queira, acabei de me lembrar que saí ontem 11 e meia da noite para ir ao supermercado comprá-la, junto com o pão e o suco de uva, confesso que não premeditei tal combinação mas ela me foi surgindo diante das patreleiras, a mortadela é uma de frango pra crianças com a turma da mônica desenhada na embalagem, e o suco é de uma marca bem fuleira, a mais barata que havia, melhor que a porcaria do suco de uva da "ades" com soja (que eu sempre compro sem querer pq esqueço que eu não goto hahahaha)!! bleeerk :P
Mortadela | R$ 4,50 o quilo | |
Presunto | R$ 9 o quilo | |
Presunto de peru | R$ 9 o quilo | |
Peito de peru defumado | R$ 14 o quilo | |
Salaminho | R$ 16 o quilo | |
Copa defumada | R$ 17 o quilo | |
Presunto de chester | R$ 9 o quilo |
Porém para provar que a mortadela desponta no cenário da culinário!! eu numa pesquisa inútil empreendida através do google descobri essa matéria!. . tão inútil quanto este post! escrita pela provavelmente pobre Ana Luisa Damasceno, a qual não faço idéia de quem seja, mas deve estar comendo o mesmo que eu no momento hehe.
http://www.jfservice.com.br/projetos/Sabor/arquivo/dicas/2003/10/31-mortadela/
Friday, August 03, 2007
De quantas nuvens se faz um céu nublado, com quantas luas se tapa um sol. Para um mundo cheio de penumbra e gatos pardos.
Bom, após essas minhas solitárias linhas nonsense, aí vai algo de alguém que escreve melhor que eu. Textinho do Carlos Drummond de Andrade:
Todo mundo e ninguém
Ninguém: Tu estás a fim de quê ?
Todo Mundo: A fim de coisas buscar
que não consigo topar.
Mas não desisto, porque
O cara tem de teimar.
Ninguém: Me diz teu nome primeiro.
Todo Mundo: Eu me chamo Todo Mundo e passo o dia e o ano inteiro correndo atrás de dinheiro, seja limpo ou seja imundo.
Belzebu: Vale a pena dar ciência
e anotar isto bem, por ser fato verdadeiro: Que Ninguém tem consciência
e Todo Mundo, dinheiro.
Ninguém: E o que mais procuras, hem?
Todo Mundo: Procuro poder e glória.
Ninguém: Eu cá não vou nessa história.
Só quero virtude...Amém.
Belzebu: Mas o pai não se ilude
e traça: Livro Segundo.
Busca o poder Todo Mundo
e Ninguém busca virtude.
Ninguém: Que desejas mais, sabido?
Todo Mundo: Minha ação elogiada
Em todo e qualquer sentido.
Ninguém: Prefiro ser repreendido
quando der uma mancada.
Belzebu: Aqui deixo por escrito
o que querem, lado a lado:
Todo Mundo ser louvado
e Ninguém levar um pito.
Ninguém: E que mais, amigo meu?
Todo Mundo: Mais a vida. A vida, olé!
Ninguém: A vida? Não sei o que é.
A morte, conheço eu.
Belzebu: Esta agora é muito forte
e guardo para ser lida:
Todo Mundo busca a vida
e Ninguém conhece a morte.
Todo Mundo: Também quero o Paraíso,
mas sem ter que me chatear.
Ninguém: E eu, suando pra pagar
minhas faltas de juízo!
Belzebu: Para que sirva de aviso,
mais uma transa se escreve:
Todo Mundo quer Paraíso
e Ninguém paga o que deve.
Todo Mundo: Eu sou vidrado em tapear,
e mentir nasceu comigo.
Ninguém: A verdade eu sempre digo
sem nunca chantagear.
Belzebu: Boto anúncio na cidade,
deste troço curioso:
Todo Mundo é mentiroso
e Ninguém fala a verdade.
Ninguém: Que mais, bicho?
Todo Mundo: Bajular
Ninguém: Eu cá não jogo confete.
Belzebu: Três mais quatro igual a sete.
O programa sai do ar.
Lerolerolerolero,
curro pacopacopaco.
TodoMundo é puxa-saco
eNinguémquersersincero